quarta-feira, 16 de novembro de 2011

MÓDULO 3 - Alunos chegados recentemente à escola

Curso técnico de formação para os funcionários da educação. Profuncionário – Turma 03
Professora: Aurineide Maria Moreira Hauth
Aluna: Rosilene de Lima
Referência: Módulo 3


Reflexão (p.31) – Alunos chegados recentemente à escola.

É possível, por meio do cotidiano escolar, analisar situações diversas pelas quais passam os alunos recém chegados à escola, tais como: a forma e circunstância em que se deu essa transferência, de que maneira o aluno foi recebido, quais os pontos que considerou diferentes entre uma escola e outra, em termos pedagógicos, políticos, etc., qual a impressão que teve da nova escola, se teve dificuldades no que concerne aos conteúdos e à aprendizagem, de que forma estabeleceu relações ao chegar à escola, entre outras.
No intuito de clarificar questões como as acima expostas, foram realizadas entrevistas com alunos, na escola em que atuo e na escola em que realizo o estágio, que passaram por uma situação semelhante, segue abaixo:


Relatório da entrevista com a aluna do Colégio Estadual Professor Caio Mário Moreira, Camila Lima Borges .

A aluna do 2º ano do Ensino Médio, Camila Lima Borges, de 16 anos, foi transferida do Colégio Estadual Durval Ramos Filho, Andirá – PR, para o Colégio Estadual Professor Caio Mário Moreira, Cianorte – PR, em 26 de maio de 2008. A referida aluna teve que se mudar para esta cidade considerando duas questões: primeiro que a sua avó materna já morava em Cianorte, o que fazia com que sua mãe quisesse se mudar para o município afim de ficar mais próxima da mãe e, segundo, as condições de trabalho de Cianorte eram melhores para a mãe da aluna.
Segundo Camila, esse processo de mudança de uma escola para outra foi estranho - “esquisito” no início, pois não conhecia ninguém. Mas considera que foi bem recebida por todos da turma, inclusive os professores que foram atenciosos e pacientes com a questão dos conteúdos que não havia estudado.
Um problema que enfrentou, ou melhor, ainda está enfrentando, é a recuperação dos conteúdos das disciplinas de Química, Física e Inglês, pois na escola que estudava anteriormente era matriculada no curso profissionalizante de Magistério. O curso de Magistério possui um currículo diferenciado do Ensino Médio e as disciplinas mencionadas não estavam sendo estudadas pela aluna na outra escola, fazendo-se necessária uma recuperação de estudos do período em que a aluna não estudou as disciplinas.
Outro fator foi a questão de adaptações dessas mesmas disciplinas, mas referente ao 1º ano do Ensino Médio. A aluna foi orientada pelo colégio da possibilidade de continuar seus estudos do curso de Magistério no Colégio Estadual Cianorte, tendo em vista que o Colégio Caio não oferta essa modalidade de ensino. Mas, mesmo ciente de todo esse processo que teria que passar, de recuperar os estudos que perdeu no corrente ano letivo e fazer adaptações das disciplinas que não teve no 1º ano, optou por enfrentar essa situação e cursar o Ensino Médio, não quis continuar o Magistério.
Quanto à estrutura física, considerou a da escola atual como ótima. Comentou ser bem melhor, possuir mais recursos, dar mais oportunidades de pesquisas para os alunos, entre outros.
Por fim, a aluna relatou que, agora, que já passou por todo esse processo de adaptação, gostou de ter mudado de escola. Sua transferência atendeu as necessidades que tinha no momento e ainda permitiu fazer novas amizades e conhecer outra realidade, diferente da que estava acostumada em Andirá.


Relatório da entrevista com o aluno da Escola Estadual Princesa Izabel, Wellington Pereira dos Santos.

O aluno da 7ª Série, Wellington Pereira dos Santos, de 14 anos, foi transferido de um colégio de Campo Mourão – PR, para a Escola Estadual Princesa Izabel em 22 de Setembro de 2008. O aluno teve que se mudar para Cianorte devido ao seu padrasto já morar aqui, em Cianorte, e ele morar em Campo Mourão com sua mãe, o que provocava a ida freqüente do padrasto para a cidade que o aluno morava. Para facilitar a situação a mãe do aluno resolveu se mudar para cá trazendo o menino consigo.
Segundo Wellington, foi bem recebido por todos. Considera o pessoal da escola “muito bacana”, pois todos deram atenção à ele, especialmente os professores. Relatou que na escola que estudava anteriormente não tinha a atenção que é dispensada aos alunos daqui.
No que diz respeito à estrutura física, Wellington considerou bem parecidas as duas escolas. Relatou que a escola anterior havia passado por uma reforma recentemente, assim como a escola Princesa Izabel. Também possuía laboratório de Informática e TVs pen-drive, como a escola atual.
Passou por alguma dificuldade, com relação aos conteúdos, assim que chegou à escola, pois quando veio de Campo Mourão não tinha terminado o 3º Bimestre e ainda não havia realizado as avaliações. Ao chegar em Cianorte a escola estava em semana de provas e os conteúdos eram um pouco diferenciados o que fez com que não fosse muito bem nas provas. Considera que tudo já está se normalizando, está conseguindo recuperar suas notas e estabelecer um bom relacionamento com todos da escola.

MÓDULO 3 - Entrevista com a professora da Sala de Recursos

Curso técnico de formação para os funcionários da educação. Profuncionário – Turma 03
Professora: Aurineide Maria Moreira Hauth
Aluna: Rosilene de Lima
Referência: Módulo 3


Entrevista com a profª da Sala de Recursos

Em entrevista com a professora da Sala de Recursos, Vânea Gonçalves Pires do Nascimento, acerca da inclusão do aluno especial, a mesma fez as seguintes considerações:
• A maioria dos alunos que freqüentam a Sala de Recursos não são discriminados, até mesmo porque não são especiais, têm dificuldades ou distúrbios de aprendizagem.
• Apenas uma aluna da Sala de Recursos, E. F. P., que é portadora de deficiência mental leve, é, em seu ponto de vista, discriminada. Os alunos da turma não querem fazer trabalhos ou atividades em grupo com ela, tendo em vista que se sentem prejudicados por a aluna não realizar com a mesma precisão as atividades ou pelo fato de terem que ajuda-la ou ensina-la, o que toma tempo dos mesmos.
• Quanto à estrutura física da escola, avalia como boa para os alunos especiais, cadeirantes, que hoje estão matriculados na escola. A escola está bem adaptada com rampas, banheiros próprios e carteiras adaptadas. Considera esse tipo de inclusão como positiva, visto que os dois alunos não são deficientes mentais, são apenas paralisados cerebrais, com parte do corpo comprometida. Na APAE esses alunos não teriam o atendimento que tem na escola, pois lá a formação é voltada para a capacitação profissional, ou seja, para a inserção no mercado de trabalho.
• A escola está adaptada para o caso acima citado, entretanto, se receber um aluno de baixa visão ou cego, por exemplo, não está apta para trabalhar com esse aluno. Assim, considera a estrutura física como parcialmente preparada para a inclusão.
• A professora avalia que para muitos professores, que não possuem formação em educação especial, a inclusão é vista de forma negativa, pois não estão preparados para trabalhar com esse alunado. Consideram extremamente difícil, por não terem muita comunicação e também por terem que fazer dois planejamentos, duas avaliações, ou seja, o trabalho é dobrado.
• Quando ocorre distribuição de aulas da turma em que esses alunos estão matriculados, os professores não querem assumir as aulas da turma. Essa é uma forma de discriminação.
• Considera que para uma inclusão responsável realmente acontecer é pertinente uma preparação geral, desde o diretor da escola, os funcionários, a comunidade escolar e os professores das diversas disciplinas. É necessária ainda uma mudança no próprio planejamento da escola, dando um incentivo maior nas políticas de inclusão social.

domingo, 16 de outubro de 2011

MÓDULO 3 - Pessoas sem escolarização

Curso técnico de formação para os funcionários da educação. Profuncionário – Turma 03
Professora: Aurineide Maria Moreira Hauth
Aluna: Rosilene de Lima
Referência: Módulo 3


Reflexão acerca das pessoas sem escolarização (p. 44)

Tem muita gente que pensa que pessoas sem escolarização têm dificuldades para aprender, para compreender conceitos e que elas têm preguiça de pensar. Vocês concordam com isso? Vocês poderiam descrever um ou mais exemplos que mostrem se essa idéia é verdadeira ou se é falsa?

Não, pois o aprendizado é muito mais amplo, não está preso à educação formal. Aprendemos desde que nascemos, por meio da interação social ou cultural. Esse tipo de aprendizado, adquirido em nossa vivência, tendo em vista que influenciamos e estamos sendo influenciados a todo instante e que cada um carrega consigo uma cultura própria, uma origem e seus próprios conhecimentos, pode ser considerado como uma educação informal. É a partir dessa educação que se inicia o processo de escolarização, no qual o aprendizado ocorre de forma sistematizada.
Analisando a educação informal como ponto de partida para a educação formal, ou seja, aquela adquirida por meio da escolarização, evidenciamos que esta se consubstancia em um conhecimento empírico, base para a sistematização. Dessa forma, não se pode considerar que pessoas não escolarizadas têm preguiça de pensar. A preguiça pode estar inserida em qualquer pessoa, não excluindo quem freqüentou ou ainda freqüenta a escola, quando este se recusa a pesquisar ou a ler para aprofundar seus conhecimentos, por exemplo.

Um exemplo que demonstra a falsidade da idéia é o nosso próprio presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva, que, mesmo sem escolarização, sempre buscou suas ideologias e a ação de seu governo tem demonstrado ser um bom administrador.

MÓDULO 3 - Observação do Recreio

Curso técnico de formação para os funcionários da educação. Profuncionário – Turma 03
Professora: Aurineide Maria Moreira Hauth
Aluna: Rosilene de Lima
Referência: Módulo 3


Reflexão (p. 41) – Observação do Recreio

Estudamos neste módulo, entre outros assuntos, que o significado é algo que o homem cria a partir dos signos e símbolos. Fazemos constantemente, a todo o momento, a significação e ressignificação dos diversos signos e símbolos com os quais estamos em interação. Por meio dessas significações apreendemos o que é de mais marcante em nosso processo de desenvolvimento e constituímos nossa memória, é a partir dela que cada um constrói a sua história (LE GOFF, 1996).
A partir desse pensamento, verifica-se a construção da história do coletivo escolar por meio da estruturação das diversas histórias individuais, e essas, a partir da significação que cada seguimento dessa comunidade faz dos signos e símbolos com os quais se deparam cotidianamente.
Nesse sentido, o recreio escolar pode ser considerado um momento riquíssimo para análise de como vem se dando o construto escolar, quais as significações que vêm sendo elaboradas pelas personagens da escola, que linguagem é abordada nesse momento e de que forma essa problemática muda a construção histórica dessa parcela da sociedade.
A luz do exposto justifica-se o relato que segue abaixo, no qual considerando tais aspectos, foram observados os recreios das escolas: Colégio Estadual Professor Caio Mário Moreira e Escola Estadual Princesa Izabel (Estágio).


Colégio Estadual Professor Caio Mário Moreira

Ao observar o recreio do referido colégio pude constatar que, para os alunos, é um momento de diversão, alimentação, recreação, brincar, contar piadas, jogar figurinhas, correr, pular, jogar bola na quadra pelo torneio do grêmio, descansar, enfim, uma infinidade de coisas que a criatividade deles não deixa a desejar (sem considerar as “artes”).
Os funcionários, Agente Educacional I, ficam, quando não fazem parte da equipe da cozinha, em sua maioria, atentos aos alunos. Prestam muita atenção no comportamento deles para garantir a ordem e a segurança dos mesmos. Normalmente lancham antes do horário dos alunos para poderem observar bem o horário do intervalo. Já os demais funcionários, Agente Educacional II, que trabalham no setor administrativo, quando lancham, é um de cada vez. Cada um vai até a sala dos professores e faz o seu lanche bem “rapidinho” para que o outro possa ir também. É complicado para esse setor deixar o seu local de trabalho no horário do recreio, pois sempre estão fazendo algum tipo de trabalho que não é viável ser interrompido. Isso não significa que nunca vão lanchar com calma, mas são poucas vezes que isso acontece.
Quanto aos professores, percebi que, em sua maioria, passam todo o período do recreio (15 minutos) falando sobre os alunos e criticando alguma turma, ou seja, um tempo que poderiam utilizar para espairecer um pouco a cabeça e sair da situação de estresse ou desconforto em que se encontram, acabam piorando a situação, e às vezes, criando em algum professor que ainda não deu aula em determinada turma naquele dia, uma imagem de que ele não irá conseguir dar aula lá, pois “hoje aquela sala está impossível” dizem alguns, influenciando de forma negativa os demais. Outros pontos observados foram conversas diversas como comentários sobre a eleição de diretores, preços do supermercado São Francisco, alguns alunos que não estão freqüentando a Sala de Apoio, estão faltando muito, etc.


Escola Estadual Princesa Izabel (Estágio)

Ao observar o recreio dos alunos da referida escola verifiquei que este, em suas características gerais, não tem grande diferenciação do recreio dos alunos do Colégio Caio. Entre as atividades que realizam, além de lanchar, estão: brincadeiras, paqueras (as meninas gostam muito de ficarem se maquiando nesse horário), jogos de xadrez, etc. Não observei jogos na quadra esportiva nesse horário. O grêmio estudantil parece não se envolver com as atividades do recreio, pelo menos, não no dia em que observei.
Os funcionários da secretaria não saíram de lá na hora do intervalo. Em entrevista com uma das funcionárias, a mesma relatou que com os afazeres que eles têm no setor administrativos, quase não sobra tempo para fazer o horário do recreio, acabam ficando por ali mesmo e de vez em quando vão até a sala dos professores fazer um lanche ou tomar um cafezinho. Já os que trabalham no pátio desempenham função semelhante aos funcionários do Colégio Caio, entretanto não estavam todos no momento em que observei, não sei se devido ao horário de trabalho ou se alguém faltou no dia. Havia menos funcionários do que pede a demanda para o período.
Quanto aos professores, observei a utilização do momento do recreio, por uma professora para a correção de Livro Registro de Classe, outra estava chateada e desabafando com os colegas o fato do pai de um aluno ter ido ao NRE reclamar da professora, comentaram o fato de um aluno que havia deixado a escola e de outras duas alunas que eram “caso de polícia”. Nesse momento a pedagoga da escola, que passava rapidamente pela sala dos professores, colocou que todas as medidas possíveis foram tomadas com relação às alunas e que não foi falta de ir atrás. Em outro momento comentaram sobre a ficha do FICA e o risco que a escola está correndo de entrar no Projeto Superação, devido aos baixos índices conquistados. Comentaram ainda sobre o temporal que estava lá fora, sobre o regime de uma professora e sobre a merenda que estava ruim.


Observações:

Tendo em vista os estudos que realizamos neste módulo, verifica-se que as observações relatadas acima representam a minha simbolização ou significação acerca do que foi observado. Para realizar essa significação foi fundamental analisar como se expressam as relações e o uso da linguagem em meio ao ambiente escolar. Por meio da linguagem os indivíduos observados se expressaram, representaram coisas, ações, sentimentos. A partir dela tiveram condições de fazer essa simbolização, de registrar em suas memórias fatos, momentos ou acontecimentos e realizarem suas construções individuais, e por meio dessas, construírem uma história coletiva, de um grupo social que é o grupo escolar.
Ao observar esse construto escolar, eu, Rosilene, simbolizei, segundo a linguagem que conheço, uma série de fatos. Porém, no lugar de observadora, não sou capaz de saber de que forma cada um dos observados significou cada fato, somente conseguirei essa resposta se questiona-las para que descrevam em palavras para mim o que elas significaram. Sendo assim, o relato aqui apresentado, nada mais é que minha própria significação acerca do observado.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

MÓDULO 2 - MEMORIAL

Curso técnico de formação para os funcionários da educação. Profuncionário – Turma 03
Professora: Aurineide Maria Moreira Hauth
Aluna: Rosilene de Lima


MEMORIAL MÓDULO 2


Este memorial refere-se ao segundo módulo estudado no curso técnico de formação para os funcionários da educação (Profuncionário) em Multimeios Didáticos, cujo tema abordado foi “Educadores e educandos: tempos históricos”, parte que integra o bloco de formação pedagógica.
A temática a qual se refere este módulo é de extrema relevância, visto que evidencia uma compreensão, por parte dos educadores, da organização da educação, da escola e dos processos de construção das instituições escolares ao longo da história do Brasil. Isso possibilita aos profissionais da educação verificarem-se como sujeitos inseridos nesse processo e agentes fundamentais da transformação da escola em um espaço de formação humana.
Inicialmente, por meio dos estudos das unidades propostas, pude refletir acerca da importância em estudar e compreender a educação por meio da história. Esse estudo oportuniza analisar se a escola, ao longo da história, vem cumprindo a significação social que damos a ela, qual seja, a de um local onde se transmite a cultura já produzida e se tem acesso ao conhecimento sistematizado, local de aprendizagens compartilhadas e colaborativas entre seus seguimentos.
Ao analisarmos a escola, é conveniente refletirmos questões como o ensino escolar e a educação e definirmos com mais precisão esses diferentes conceitos. O primeiro, refere-se ao processo de ensino-aprendizagem ocorrido por meio da mediação de conhecimentos sistematizados – no caso da escola, entidade credenciada pelos órgãos competentes – realizada pelos professores e funcionários no interior da escola. O ensino escolar ocorre na relação estabelecida entre professor e aluno por meio da partilha de vivencias, de saberes, os quais o professor organiza de forma sistemática e intencional. Quanto à educação, essa não se prende aos limites da escola, é mais ampla. O conceito de educação abarca as mais diversas esferas sociais, visto que em qualquer instituição social (e a escola está entre elas) ou ambiente que proporcione alguma forma de apropriação de conhecimentos, ali se educa. Como nos remete Silva: “A educação é uma prática social, e acontece nas relações entre os seres humanos, com o desejo de socializá-los e humanizá-los culturalmente.” (2005, p. 17).
Segundo a autora, todos nós educamos. Esse é um processo que ocorre naturalmente, por meio de ações, vivências, livros, revistas, filmes, viagens, entre tantas outras formas de interação da humanidade. Em cada momento histórico são mais valorizadas algumas formas de interação em detrimento de outras, o que depende das demandas impostas pela sociedade de cada período. Assim, entende-se que existe um movimento constante que influencia a formação da cultura de um povo, de uma civilização, as informações que são transmitidas de geração em geração.
Eis um papel relevante da história, manter viva a memória das ressignificações ocorridas na sociedade. Nesse sentido, a escola se consubstancia em uma instituição formal, responsável por transmitir de forma sistematizada a educação dos homens e mulheres construídas ao longo do tempo. Analisar essa construção permite-nos enxergar nossas origens, nossas raízes e compreender as formas organizacionais da sociedade.
Tendo em vista a grande contribuição, exposta acima, que a história nos proporciona no entendimento das organizações sociais, nada mais coerente que realização de um estudo mais aprofundado no que tange a historicidade do nosso país, tendo como foco a educação – objeto principal deste ensaio.
No Brasil, durante a colonização portuguesa, houve uma organização, com relação à educação, iniciada pelos padres da Companhia de Jesus , mais conhecidos como Jesuítas. O território brasileiro era habitado por nativos quando os portugueses aqui chegaram, e a igreja intencionava evangelizá-los, catequizá-los, propagar a fé cristã e “[...] introduzir o princípio do trabalho como instrumento de dignificação do homem e contribuir com a Coroa Portuguesa no processo de colonização e exploração das terras” (SILVA, 2005, p. 22). Para tanto, perceberam a necessidade dos nativos aprenderem a ler e escrever, ou não seria possível converte-los à fé católica. Dessa forma, consolidaram-se as missões, das quais fiz referência de forma mais detalhada no 1º módulo.
Considera-se que em 1549, com a chegada dos padres da Companhia de Jesus, o Brasil passou a ter uma educação formal, tendo em vista a criação de vários colégios, seminários e internatos que criaram em território brasileiro. Essas instituições eram destinadas à educação das elites, filhos de portugueses, fazendeiros e senhores de engenho. A educação ensinada pelos padres garantia a continuação dos trabalhos missionários, além de formar administradores locais.
Os portugueses, ao colonizarem o Brasil, organizaram-se “[...] nas capitanias hereditárias, nas sesmarias, nas grandes propriedades rurais, na utilização de mão-de-obra dos nativos e dos escravos e na apropriação dos bens naturais.” (SILVA, 2005, p.23). A instauração de valores morais, éticos e comportamentais nos padrões da cultura européia também fez parte do projeto de colonização. Pode-se dizer que a escola, desde os tempos jesuíticos, tem papel fundamental na construção dessa “integração” cultural dos povos indígenas no nosso país (GRANDO, S/D).
É importante, para um melhor entendimento dos processos históricos, pelos quais o Brasil percorreu, visualizar o panorama Europeu no século XVIII, entre os anos de 1740 e 1789. Este foi um período de grandes manifestações no que tange à razão humana, à visão de mundo, ao que se considerava certo ou errado e às formas de expressão de pensamentos. Filósofos e cientistas, entre eles: Newton, Lokce, Hume, Rousseau, Kant e Hegel, que são de suma importância, defendiam que a razão, aliada ao raciocínio sistemático e rigoroso, iluminaria as ações da humanidade. Opunham-se aos saberes divinos e religiosos, propondo um projeto de sociedade fundamentado na individualidade, na propriedade privada, na laicização, etc.; inspiravam-se na ciência para explicar o progresso humano.
Os impactos desse movimento, conhecido como Ilustração, foram de grande proporção e, no que se refere à Portugal, enfraqueceram a monarquia. Em meio à demasiada turbulência, a Corte portuguesa vivia uma dicotomia, procurando, de um lado, manter as estruturas conservadoras e práticas religiosas, e de outro, aderir aos novos conceitos que emergiam.
O Marquês de Pombal é uma figura que ilustra de brilhante forma a apreensão da Corte portuguesa em tomar parte das novas mentalidades, visto que um de seus principais ideais era colocar Portugal no mesmo patamar de outras nações européias consideradas modernas. Para tanto, reafirmar a autoridade real sobre a religiosa era necessário. Nesse sentido, entre outras ações, o primeiro ministro reduziu os privilégios da nobreza, aumentou a cobrança de impostos e expulsou os Jesuítas de Portugal e de todos os seus reinos, o que refletiu diretamente na educação brasileira.
Em 1759, com a expulsão dos padres Jesuítas do Brasil, houve um retrocesso da educação no país: os materiais pedagógicos que utilizavam para o ensino foram proibidos, não podiam circular; foi criado um imposto chamado “Subsídio Literário” para que os professores pudessem ser pagos; foram criadas as aulas régias avulsas, de nível secundário e somente para meninos; a educação escolar era utilitária e profissional. Avalia-se que nesse período Igreja e Estado travavam uma luta de poderes, a saber, definir qual dessas instituições passaria a ditar as regras.
No que diz respeito à vinda da família real portuguesa ao Brasil, evidencia-se um desinteresse exacerbado com relação à nação brasileira. A Corte não tinha a menor afetividade a essas terras, especialmente a princesa Carlota Joaquina, o que foi possível observar no filme “Carlota Joaquina – Princesa do Brasil” . Insta salientar que não vieram ao acaso - Portugal passava por sérias crises políticas e econômicas, o que obrigou D. João VI a fugir (trazendo consigo cerca de quinze mil pessoas), em 1808, da invasão das tropas napoleônicas, aqui permanecendo até 1820. Entretanto, são perceptíveis muitas mudanças, em nosso território, a partir dessa estadia, tais como: o crescimento das cidades, o aumento da exportação de produtos primários, o favorecimento do comércio com os ingleses e a garantia de empréstimos externos.
A educação, no período supracitado, era privilégio de poucos. D. João VI dedicou-se à educação das elites. Esta parcela da sociedade, que desejava viver com os mesmos costumes da Europa, mandava seus filhos para estudar fora e, quando retornavam, tornavam-se professores das escolas superiores. A educação formal conduzida por D. João VI focava a formação de dirigentes para a administração pública, a população oprimida e trabalhadora (que de certo modo organizou-se) ficou restrita às aulas régias.
Observa-se que a educação no país ficou “solta”, não havia a organização de um sistema de ensino para todos. Esse cenário não foi diferente com relação à estadia da Corte no Brasil, nem mesmo em relação à independência. Vejamos então, algumas considerações relevantes acerca dos aspectos educacionais de 1822 a 1889, período em que D. Pedro I estava à frente do Brasil, até a instituição da República.
Com a Constituição de 1824 se começa a pensar em uma educação primária. Mulheres e escravos eram excluídos do acesso às escolas. O governo se sentia desobrigado de proporcionar uma formação humana, queria construir a sociedade sem garantir escolarização à população. O método disseminado neste período foi o Lancasteriano , de caráter multiseriado, o que demonstrou um descaso com a educação e provocou uma desvalorização dos professores. Já o nível médio, era um privilégio dos mais abastados.
Mais tarde, com o Ato Adicional de 1834, o ensino foi descentralizado, passando a ser uma responsabilidade das províncias seu financiamento, oferta e organização. Dessa forma, no Segundo Reinado, espalharam-se pelas províncias, em número insuficiente, os liceus, escolas normais, paroquiais e domésticas, colégios masculinos e femininos e seminários. Entretanto, ao final do Império o jurista Rui Barbosa denunciava a precariedade em que se encontrava a educação brasileira.
Com a república, evidencia-se certa pressão por parte da população pela educação escolar. Ocorreram várias reformas no sentido de darem uma direção à educação primária, ao curso normal e ao ensino escolar. O ensino secundário e superior ficou sob a responsabilidade do Sistema Federal e o ensino primário e profissional para o Sistema Estadual.
Em 1930, o Brasil passava por grande crise econômica causada pela decadência dos preços do café. Houve muito desemprego, fome e miséria. Quando Getúlio Vargas chega à presidência, aponta mudanças sociais, trabalhistas e partidárias, reorganizando a sociedade brasileira. Nesse cenário, era preciso cidadãos que soubessem ler e escrever, o que acarretou a necessidade de uma escola que desse conta desse processo, que formasse mão-de-obra capacitada.
O Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova, de 1932, consubstanciou-se em proposta de reconstrução educacional para o Brasil, com princípios como: universalização da educação, laicidade, gratuidade, obrigatoriedade, descentralização, formação universitária para docentes, entre outros. Os pioneiros defendiam a educação pública como obrigação do Estado e caminho para a modernização. Este movimento causou uma ruptura na maneira de se pensar a educação, esta, passou a considerar a individualidade do aluno e a escola como um instrumento para a criação de uma sociedade solidária e cooperativa.
Outros fatores importantes foram: a Constituição de 1934 que delegou novas atribuições ao governo e distribuiu as responsabilidades sobre a organização e manutenção dos sistemas educativos aos Estados e ao Distrito Federal; o segundo Manifesto, de 1958, que trazia a discussão de uma educação voltada para o trabalho e desenvolvimento econômico e ainda, de caráter solidário, cooperativo, democrático, etc. (Essa forma de pensamento culmina, mais tarde, em um período que, nas tendências pedagógicas é conhecido como Tecnicismo, no qual o ensino passou a ser um processo de formação de especialistas, em que o professor era um mero aplicador de técnicas (FACCI, 2004)); o período militar que se caracterizou pela rigidez, restrita liberdade de expressão dos povos, repressão, censura, tortura, negação dos direitos sociais e pelo tratamento da educação como instrumento de controle moral – todos eram vigiados; a Lei 5692/71 que regulamentou a profissionalização compulsória em todo país, o que na ocasião foi um fracasso, pois não houve a devida estruturação das escolas.
Finalizo esse memorial, considerando o exposto como de suma importância para a formação dos profissionais da educação. Assim, verifica-se a pertinência em reafirmar a relevância de estudos mais aprofundados acerca dos processos educacionais construídos em nosso país ao longo do tempo, pois possibilita que cada funcionário de escola a conheça e se reconheça como agente de transformação social inerente a esse processo. Em suma, o conhecimento dos aspectos históricos da educação nos dá subsídios para que possamos analisar a situação real da escola pública na contemporaneidade.


Referências:

FILME: CARLOTA JOAQUINA, PRINCESA DO BRASIL (Brasil 1995); DIREÇÃO: Carla Camurati; ELENCO: Marieta Severo, Marco Nanini, Ludmila Dayer, Maria Fernanda, Marcos Palmeira, Antonio Abujamra, Vera Holtz, Ney Latorraca. 100 min.

FACCI, M. G. D. Teorias Educacionais e Teorias Psicológicas: em busca de uma psicologia Marxista da Educação. In: Duarte, N. Crítica ao Fetichismo da Individualidade. Campinas, SP: Autores Associados, 2004.

GRANDO, B. S. Educação Escolar Indígena e o Processo de “Integração” dos Povos Indígenas à Sociedade Brasileira: um movimento histórico de luta e resistência cultural. S/D Disponível em: <168.96.200.17/ar/libros/anped/ 0601P. PDF> Acesso em: 15/09/2008

SILVA, M. A. Educadores e Educandos: tempos históricos. 1ª. ed. Brasília: MEC/SEB, 2005. v. 01. 103 p.

domingo, 18 de setembro de 2011

MÓDULO 2 - ATIVIDADE: Pesquisa acerca do Projeto Político Pedagógico

Curso técnico de formação para os funcionários da educação. Profuncionário – Turma 03
Professora: Aurineide Maria Moreira Hauth
Aluna: Rosilene de Lima
Referência: Módulo 2


Pesquisa acerca do Projeto Político Pedagógico

O Projeto Político Pedagógico (PPP) é um documento, produzido pela escola e devidamente regulamentado, no qual é traçado todo o trabalho pedagógico que a escola realiza. A escola, segundo Veiga (2008) é o local de concepção, realização e avaliação de seu projeto educativo, uma vez que deve abarcar a realidade social de seus alunos, ou seja, considerar o meio em que estão inseridos.
Nesse sentido, é fundamental uma escola consciente, que tenha seu papel bem definido e trabalhe com vistas a tal projeto. Dessa forma, avalia-se desnecessário que órgãos superiores como: Núcleo Regional de Educação ou Secretaria de Estado da Educação pressionem a elaboração desse documento. A escola deve assumir suas responsabilidades, e entre elas, a construção do PPP, utilizando esses órgãos superiores apenas como suporte para eventuais dúvidas ou esclarecimentos. Entretanto, faz-se necessário o fortalecimento das relações entre escola e sistemas de ensino (VEIGA, 2005).
Veiga (2005) analisa que um projeto vai além do sentido etimológico da palavra: plano, intento, desígnio. É também político,

O projeto busca um rumo, uma direção. É uma ação intencional, com um sentido explícito, com um compromisso definido coletivamente. Por isso, todo projeto pedagógico da escola é, também, um projeto político por estar intimamente articulado ao compromisso sociopolítico com os interesses reais e coletivos da população majoritária. É político no sentido de compromisso com a formação do cidadão para um tipo de sociedade. (VEIGA, 2005, p. 13)

Entendendo como Projeto a busca de um direcionamento, como Político, a articulação dos interesses sóciopolíticos de uma determinada sociedade, como Pedagógico, a intencionalidade da escola, e verificando a indissociabilidade dos dois últimos, pode-se considerar que um Projeto Político Pedagógico é um processo constante de discussões e reflexões dos problemas encontrados na realidade escolar, e assim, uma busca de alternativas, coletivamente evidenciadas, que possam levar à superação de tais problemas.
Para que o PPP seja construído de forma comprometida faz-se necessário em sua composição, segundo Veiga (2005), a presença de alguns princípios norteadores, tais como: igualdade – de acesso e permanência na escola, de oportunidades; qualidade – técnica, no que diz respeito aos instrumentos e conteúdos, política, no que concerne ao desafio do manejo adequado de instrumentos capazes de fazer a história humana; gestão democrática – tendo em vista um processo coletivo de elaboração, de socialização escolar; liberdade – associado à idéia de “autonomia” – para Neves (2005), a autonomia da escola é um exercício de democratização desse espaço, é delegar ao diretor da escola e aos demais organizadores do trabalho pedagógico como um todo a possibilidade de resolver as situações que sua clientela demanda, e não ter que encaminha-la à órgãos superiores; e a valorização do magistério – tendo em vista que a qualidade do ensino está inteiramente ligada ao profissional docente. A autora considera que a elaboração de um PPP, seguindo os princípios acima expostos, aliada a um aprofundamento das questões referente à organização do trabalho pedagógico, contribui de forma expressiva para a compreensão dos limites e possibilidades dos projetos políticos voltados às classes menos favorecidas.
Todavia, os seguimentos da escola devem ter claros os princípios norteadores do projeto da escola, além disso, devem ter consciência de que “[...] a dominação no interior da escola efetiva-se por meio das relações de poder que se expressam nas práticas autoritárias e conservadoras dos diferentes profissionais, distribuídos hierarquicamente, bem como por meio das formas de controle existentes no interior da organização escolar” (VEIGA, 2005, p. 21), tendo em vista que essa forma de organização pode descaracterizar a escola como instituição histórica e socialmente determinada.
Tendo em vista o exposto, considera-se de suma importância explicitar elementos que devem compor um PPP, pois a clarificação de alguns aspectos que envolvem sua elaboração possibilita uma melhor compreensão do processo de elaboração do mesmo. Veiga (2005) salienta sete elementos que considera básicos na construção de um PPP, a saber, as finalidades da escola, a estrutura organizacional, o currículo, o tempo escolar, o processo de decisão, as relações de trabalho, a avaliação.
As finalidades devem ser bem definidas e os educadores, ter clareza da ação educativa que a escola desenvolve em termos de cultura, política, formação profissional e humana; as estruturas administrativas organizam a parte de recursos físicos e humanos e as pedagógicas organizam as funções educativas para que a escola atinja suas finalidades; o currículo abarca a construção social do conhecimento e é inerente à organização escolar; o tempo escolar é um fator imprescindível para a organização de todo o trabalho pedagógico; o processo de decisão deve englobar todos os seguimentos da escola, ser democrático; as relações de trabalho devem ser estabelecidas de forma colaborativa para um bom andamento escolar, calcada em atitudes de solidariedade e reciprocidade; a avaliação nos leva a conhecer a realidade escolar e assim colocarmos em prática o projeto, por isso é fator fundamental.
Para finalizar, vale ressaltar que Veiga (2005) reafirma a necessidade de a escola tomar uma nova postura com relação à organização do seu trabalho pedagógico – sob a ótica de Santiago (2005, p.163), isso se constitui um grande desafio aos educadores, uma vez que precisam ter claros [...] os propósitos que definem a intencionalidade e a dimensão das transformações que, necessariamente, deverão ocorrer na escola [...]. Precisa se desvencilhar da divisão e fragmentação do trabalho e sua hierarquização, além de refletir o cotidiano da escola em meio a um processo coletivo, de participação, no qual aja a ação e a interação de todos de forma comprometida.

Referências:

NEVES, C. M. C. Autonomia da Escola Pública: um enfoque operacional. . In: VEIGA, I. P. A. (Org.). Projeto Político-Pedagógico da Escola: uma construção possível. 20ª ed. Campinas, SP: Papirus, 2005.

SANTIAGO, A. R. F. Projeto-Político Pedagógico da Escola: desafio à organização dos educadores. In: VEIGA, I. P. A. (Org.). Projeto Político-Pedagógico da Escola: uma construção possível. 20ª ed. Campinas, SP: Papirus, 2005.

VEIGA, I. P. A. Projeto Político-Pedagógico da Escola: uma construção coletiva. In: VEIGA, I. P. A. (Org.). Projeto Político-Pedagógico da Escola: uma construção possível. 20ª ed. Campinas, SP: Papirus, 2005.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

MÓDULO 2 - ATIVIDADE: Relatório de Observação: aulas de História

Curso técnico de formação para os funcionários da educação. Profuncionário – Turma 03
Professora: Aurineide Maria Moreira Hauth
Aluna: Rosilene de Lima
Referência: Módulo 2

Relatório de Observação: aulas de História

Aos oito e nove dias do mês de setembro de 2008 estive no Colégio Estadual Professor Caio Mário Moreira – Ensino Fundamental e Médio para fins de observação de quatro aulas da disciplina de História. Insta salientar que uma das aulas ministradas no dia nove tratava-se de uma reposição de aula. As aulas observadas foram da turma do 2° Ano B do Ensino Médio, período noturno, ministradas pelo professor Célio Rinaldim Spósito. Na ocasião o conteúdo trabalhado, de forma expositiva, referiu-se ao capítulo 23 do livro didático: Nova História Integrada, de FERREIRA, João Paulo Mesquita Hidalgo e FERNANDES, Luiz Estevam de Oliveira. Nas duas primeiras aulas observadas, no dia oito, o professor trabalhou a parte que contempla conteúdos acerca do Primeiro Império e Período Regencial. Comentou sobre as lutas políticas do período; a consolidação da independência do Brasil; o declínio do Primeiro Império, devido à forma absolutista de D. Pedro I governar, perdendo assim, o apoio da aristocracia rural; a abdicação de D. Pedro I em favor de seu filho, Pedro de Alcântara (de 5 anos), devido à pressão realizada pelo exército – com isso formou-se uma regência trina a fim de governar até a maioridade do príncipe herdeiro; o período liberal, assim conhecido pelas tendências liberais dos partidos que surgiram na época: Partido Liberal Moderado, com um liberalismo presente apenas na tendência à descentralização política, Partido Liberal Exaltado, que propunham a República e a abolição da escravatura, Partido Restaurador, que defendia a volta do ex-imperador; o período conservador, de reorganização política, no qual o Partido Conservador e o Partido Progressista dominaram por mais de 50 anos; e a regência una. Nas outras duas aulas observadas, no dia nove, o professor trabalhou com as questões do Segundo Império. Fez um retrospecto sobre o panorama do Brasil, na época, colocando como se encontrava a situação política e tratou de temas como o “parlamentarismo às avessas”, explicando que os ministros não aceitavam suas determinações; a dívida externa, devido à importação, pois o Brasil não possuía manufaturas; as exportações do café, açúcar, borracha, cacau, e outros produtos, causando sérios riscos à economia brasileira; as importações, que no início eram especialmente para bens de consumo imediato e passam a ser para a industrialização; o impulso da atividade industrial brasileira; questões da política externa; e a rivalidade entre os países platinos. Em um segundo momento foram propostas algumas atividades do livro didático que revêem o capítulo estudado. Foi possível notar que é um tanto difícil chamar a atenção de todos os alunos utilizando o método expositivo, o qual o professor fez uso, especialmente se tratando de alunos do período noturno, que na maioria dos casos são trabalhadores. Entretanto, são muitas informações a serem dadas em um curto período de tempo. O professor mencionou que, na próxima aula da turma, traria um documentário que os auxiliariam na compreensão dos conteúdos estudados.

MÓDULO 2 - ATIVIDADE: Manuseando o Projeto Político Pedagógico

Curso técnico de formação para os funcionários da educação. Profuncionário – Turma 03
Professora: Aurineide Maria Moreira Hauth
Aluna: Rosilene de Lima
Referência: Módulo 2


Manuseando o Projeto Político Pedagógico


Ao analisar o PPP do Colégio Estadual Professor Caio Mário Moreira – Ensino Fundamental e Médio e da Escola Estadual Princesa Izabel – Ensino Fundamental (estágio), verifiquei que os mesmos seguem um tipo de “padronização” quanto a sua composição e/ou estrutura.
Num primeiro momento, por meio da introdução do documento, as escolas fazem uma análise, evidenciando aspectos diferentes, acerca do momento histórico atual, no qual estão inseridas. Dessa forma, observam o papel da escola na transformação social desse contexto de turbulências e conflitos presentes na contemporaneidade, justificando assim, a necessidade da construção de um eixo norteador para as ações pedagógicas no ambiente escolar, qual seja, o PPP.
Em segundo lugar, cada escola, em seu referido projeto, se identifica por meio de dados como: o endereço; pontos de referência para sua localização; as resoluções e publicações que autorizaram suas ofertas de ensino; as pessoas que se encontravam na Direção na determinada época; os processos de Reconhecimento dos ensinos ofertados e diversas leis que regulamentaram e regulamentam seu funcionamento; a dualidade na administração; a divisão dos espaços da escola – quantidade de salas, laboratório, refeitório, etc.; períodos de funcionamento de cada setor; quadro de professores com a respectiva formação e disciplinas que atuam; quadro de funcionários seguido da função e horário em que atuam; entre outros.
Em terceiro lugar, cada projeto traz seus objetivos considerando a legislação vigente e o contexto de seu alunado. Em seguida, no Marco Situacional, retomam as questões educacionais presentes nas diversas leis vigentes justificando e reivindicando uma educação de qualidade para todos. Colocam o número de alunos que atendem e traçam, pautados em pesquisa, um perfil desse corpo discente. São identificados, dessa forma, vários problemas presentes no cotidiano da escola.
Logo após, no Marco Conceitual, é notória uma diferença entre os dois projetos analisados. O primeiro, do Colégio Estadual Professor Caio Mário Moreira, coloca como referencial teórico da organização pedagógica da escola a Pedagogia Histórico-Crítica, de Dermeval Saviani. Esta concepção, segundo o documento analisado, tem seus pressupostos embasados no materialismo histórico-dialético, se consubstanciando uma tentativa de superação das tendências pedagógicas não críticas, que vêem a escola como instrumento de equalização social, e as teorias críticas, que levam em conta os determinantes sociais, entretanto, têm caráter reprodutivista, observando a escola como reprodutora dessas condições determinantes. Já o segundo projeto, da Escola Estadual Princesa Izabel, tem como referencial teórico as concepções Piagetianas, de caráter interacionista, que constitui uma tentativa de integrar as posições dicotômicas de duas tendências teóricas que permeiam a Psicologia em geral, a saber, o materialismo mecanicista e o idealismo. O método piagetiano, psicogenético, tem como finalidade obter a compreensão de como o sujeito se constitui enquanto sujeito cognitivo, elaborador de conhecimentos válidos. Em outras palavras, leva em conta o processo evolutivo de origem biológica, as formas primitivas da mente são ativadas pela ação e interação do indivíduo com o meio ambiente, isto é, reorganizadas pela psique socializada. Outro referencial é a autora Emília Ferreiro, seguidora das idéias piagetianas, que não criou um método de alfabetização, como muitos pensam, mas contribui de forma relevante quando observa como se realiza a construção da linguagem escrita na criança.
Em outro momento os PPPs fazem referência aos Princípios da Gestão Democrática, colocando quais os objetivos de sua consolidação. Em seguida, há uma explanação da distribuição das turmas e modalidades de ensino. Após, observa-se uma reflexão acerca do processo avaliativo e uma exposição das formas de avaliações adotadas por cada escola, bem como o peso das notas e a questão da freqüência escolar exigida, além de uma avaliação institucional que considera aspectos como: a escola; o processo ensino-aprendizagem; a convivência; o tratamento dispensado aos pais; o tratamento dispensado aos alunos e ações disciplinares.
Por fim, cada projeto apresenta o Marco Operacional. Nesse, são esclarecidos fatores como a organização sistêmica da escola, a organização interna e seus objetivos, a articulação entre as unidades da escola, preocupação com a consciência de todos os seguimentos com relação não só à elaboração, mas à efetivação do projeto, seu acompanhamento e desenvolvimento. Além disso, apresentam no Marco Operacional os mecanismos e/ou estratégias que a escola utilizará a fim de solucionar os problemas identificados no contexto escolar. Entre eles considerei como principais: os projetos para abertura de Sala de Recursos e Sala de Apoio, na existência de demanda; projetos de inserção às tecnologias, tendo como via principal o laboratório de informática das escolas e a utilização das TVs pen-drive; projetos culturais diversos que de estimulam a freqüência e o aprendizado; e projetos específicos de combate à evasão escolar, entre outras inúmeras possibilidades relacionadas ao contexto escolar.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

MÓDULO 2 - ATIVIDADE: Pesquisa acerca do Projeto Político Pedagógico

Curso técnico de formação para os funcionários da educação. Profuncionário – Turma 03
Professora: Aurineide Maria Moreira Hauth
Aluna: Rosilene de Lima
Referência: Módulo 2


Pesquisa acerca do Projeto Político Pedagógico

O Projeto Político Pedagógico (PPP) é um documento, produzido pela escola e devidamente regulamentado, no qual é traçado todo o trabalho pedagógico que a escola realiza. A escola, segundo Veiga (2008) é o local de concepção, realização e avaliação de seu projeto educativo, uma vez que deve abarcar a realidade social de seus alunos, ou seja, considerar o meio em que estão inseridos.
Nesse sentido, é fundamental uma escola consciente, que tenha seu papel bem definido e trabalhe com vistas a tal projeto. Dessa forma, avalia-se desnecessário que órgãos superiores como: Núcleo Regional de Educação ou Secretaria de Estado da Educação pressionem a elaboração desse documento. A escola deve assumir suas responsabilidades, e entre elas, a construção do PPP, utilizando esses órgãos superiores apenas como suporte para eventuais dúvidas ou esclarecimentos. Entretanto, faz-se necessário o fortalecimento das relações entre escola e sistemas de ensino (VEIGA, 2005).
Veiga (2005) analisa que um projeto vai além do sentido etimológico da palavra: plano, intento, desígnio. É também político,

O projeto busca um rumo, uma direção. É uma ação intencional, com um sentido explícito, com um compromisso definido coletivamente. Por isso, todo projeto pedagógico da escola é, também, um projeto político por estar intimamente articulado ao compromisso sociopolítico com os interesses reais e coletivos da população majoritária. É político no sentido de compromisso com a formação do cidadão para um tipo de sociedade. (VEIGA, 2005, p. 13)

Entendendo como Projeto a busca de um direcionamento, como Político, a articulação dos interesses sóciopolíticos de uma determinada sociedade, como Pedagógico, a intencionalidade da escola, e verificando a indissociabilidade dos dois últimos, pode-se considerar que um Projeto Político Pedagógico é um processo constante de discussões e reflexões dos problemas encontrados na realidade escolar, e assim, uma busca de alternativas, coletivamente evidenciadas, que possam levar à superação de tais problemas.
Para que o PPP seja construído de forma comprometida faz-se necessário em sua composição, segundo Veiga (2005), a presença de alguns princípios norteadores, tais como: igualdade – de acesso e permanência na escola, de oportunidades; qualidade – técnica, no que diz respeito aos instrumentos e conteúdos, política, no que concerne ao desafio do manejo adequado de instrumentos capazes de fazer a história humana; gestão democrática – tendo em vista um processo coletivo de elaboração, de socialização escolar; liberdade – associado à idéia de “autonomia” – para Neves (2005), a autonomia da escola é um exercício de democratização desse espaço, é delegar ao diretor da escola e aos demais organizadores do trabalho pedagógico como um todo a possibilidade de resolver as situações que sua clientela demanda, e não ter que encaminha-la à órgãos superiores; e a valorização do magistério – tendo em vista que a qualidade do ensino está inteiramente ligada ao profissional docente. A autora considera que a elaboração de um PPP, seguindo os princípios acima expostos, aliada a um aprofundamento das questões referente à organização do trabalho pedagógico, contribui de forma expressiva para a compreensão dos limites e possibilidades dos projetos políticos voltados às classes menos favorecidas.
Todavia, os seguimentos da escola devem ter claros os princípios norteadores do projeto da escola, além disso, devem ter consciência de que “[...] a dominação no interior da escola efetiva-se por meio das relações de poder que se expressam nas práticas autoritárias e conservadoras dos diferentes profissionais, distribuídos hierarquicamente, bem como por meio das formas de controle existentes no interior da organização escolar” (VEIGA, 2005, p. 21), tendo em vista que essa forma de organização pode descaracterizar a escola como instituição histórica e socialmente determinada.
Tendo em vista o exposto, considera-se de suma importância explicitar elementos que devem compor um PPP, pois a clarificação de alguns aspectos que envolvem sua elaboração possibilita uma melhor compreensão do processo de elaboração do mesmo. Veiga (2005) salienta sete elementos que considera básicos na construção de um PPP, a saber, as finalidades da escola, a estrutura organizacional, o currículo, o tempo escolar, o processo de decisão, as relações de trabalho, a avaliação.
As finalidades devem ser bem definidas e os educadores, ter clareza da ação educativa que a escola desenvolve em termos de cultura, política, formação profissional e humana; as estruturas administrativas organizam a parte de recursos físicos e humanos e as pedagógicas organizam as funções educativas para que a escola atinja suas finalidades; o currículo abarca a construção social do conhecimento e é inerente à organização escolar; o tempo escolar é um fator imprescindível para a organização de todo o trabalho pedagógico; o processo de decisão deve englobar todos os seguimentos da escola, ser democrático; as relações de trabalho devem ser estabelecidas de forma colaborativa para um bom andamento escolar, calcada em atitudes de solidariedade e reciprocidade; a avaliação nos leva a conhecer a realidade escolar e assim colocarmos em prática o projeto, por isso é fator fundamental.
Para finalizar, vale ressaltar que Veiga (2005) reafirma a necessidade de a escola tomar uma nova postura com relação à organização do seu trabalho pedagógico – sob a ótica de Santiago (2005, p.163), isso se constitui um grande desafio aos educadores, uma vez que precisam ter claros [...] os propósitos que definem a intencionalidade e a dimensão das transformações que, necessariamente, deverão ocorrer na escola [...]. Precisa se desvencilhar da divisão e fragmentação do trabalho e sua hierarquização, além de refletir o cotidiano da escola em meio a um processo coletivo, de participação, no qual aja a ação e a interação de todos de forma comprometida.

Referências:

NEVES, C. M. C. Autonomia da Escola Pública: um enfoque operacional. . In: VEIGA, I. P. A. (Org.). Projeto Político-Pedagógico da Escola: uma construção possível. 20ª ed. Campinas, SP: Papirus, 2005.

SANTIAGO, A. R. F. Projeto-Político Pedagógico da Escola: desafio à organização dos educadores. In: VEIGA, I. P. A. (Org.). Projeto Político-Pedagógico da Escola: uma construção possível. 20ª ed. Campinas, SP: Papirus, 2005.

VEIGA, I. P. A. Projeto Político-Pedagógico da Escola: uma construção coletiva. In: VEIGA, I. P. A. (Org.). Projeto Político-Pedagógico da Escola: uma construção possível. 20ª ed. Campinas, SP: Papirus, 2005.

MÓDULO 2 - ATIVIDADE: Entrevistando o Pedagogo das Escolas

Curso técnico de formação para os funcionários da educação. Profuncionário – Turma 03
Professora: Aurineide Maria Moreira Hauth
Aluna: Rosilene de Lima
Referência: Módulo 2

Atividade da PPS

Para realização das entrevistas com as Pedagogas das escolas foram consideradas as seguintes questões:

1. De que forma foi elaborado o Projeto Político Pedagógico da escola?
2. Quem participou dessa elaboração?
3. Qual o referencial teórico utilizado?
4. Qual a filosofia da escola? (ou por qual linha teórica ela se orienta?)
5. Qual a legislação utilizada nessa elaboração?
6. Você tem alguma observação que considera relevante acerca da construção do PPP?

ENTREVISTA 1: Escola Estadual Princesa Izabel (Estágio)
Pedagoga entrevistada: Rosangela de Lima

Segundo a Pedagoga Rosangela de Lima, o Projeto Político Pedagógico da Escola Estadual Princesa Izabel foi elaborado de forma coletiva, com a participação de todos os seguimentos da escola, incluindo os pais e a comunidade escolar. Para sua elaboração foram realizadas várias reuniões, debates, entrevistas e questionários com todos os envolvidos. Sendo assim, participaram da elaboração do PPP: Direção, Equipe Pedagógica, Professores, Funcionários, Alunos, Pais, APMF, Conselho Escolar, Grêmio Estudantil e outros representantes da Comunidade Escolar, desses, a Equipe Pedagógica e a Direção coordenaram os trabalhos.
Na elaboração do PPP da referida escola, foram utilizadas referências como Jean Piaget e Emília Ferreiro, ligando a escola a uma filosofia Interacionista, que leva em conta a construção do conhecimento pelo aluno com a mediação do professor. Além dessas referências, leis e outros documentos foram considerados, tais como: a Constituição Federal de 1988, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96, o Estatuto da Criança e do Adolescente, as Diretrizes Curriculares Nacionais, o Currículo Básico do Estado do Paraná, o Regimento Escolar, entre outros.
A Pedagoga considera como de fundamental importância que a Equipe Pedagógica e a Direção da escola, seguimentos que coordenam os encaminhamentos de elaboração do PPP, tenham uma formação consciente, que valorizem as contribuições dos diversos seguimentos da escola, sistematizando-as e colocando-as devidamente no projeto, visto que somente dessa forma é que se realiza uma construção coletiva e democrática.
ENTREVISTA 2: Colégio Estadual Professor Caio Mário Moreira – E F M
Pedagoga entrevistada: Rosangela Martins da Silva

Segundo a Pedagoga Rosangela Martins da Silva, o Projeto Político Pedagógico do colégio foi elaborado por etapas, em reuniões envolvendo os diversos segmentos da escola. Foi retomado em diversas ocasiões e reorganizado. Contou com uma equipe de organizadores composta pela Equipe Pedagógica e Direção da escola, os quais fizeram os encaminhamentos para a elaboração do documento, e com a participação dos Funcionários, Professores, Alunos, Comunidade local, APMF, Conselho Escolar e Grêmio Estudantil.
Como referencial teórico a escola utilizou o Currículo Básico do Estado do Paraná. Fundamentaram-se na teoria Histórico-Crítica que leva em conta a produção histórica e coletiva da humanização e que provê meios para uma transformação social. Outros documentos utilizados foram: a Constituição Federal de 1988, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96, o Estatuto da Criança e do Adolescente, as Diretrizes Curriculares Nacionais, o Regimento Escolar, entre outros.
A Pedagoga observou que o PPP deveria ser realimentado ou reelaborado anualmente, porém, considera que não há tempo, tendo em vista a correria do cotidiano da escola e as diversas funções assistencialistas que vem sendo impostas nesse fazer diário. Lamenta por isso.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

MÓDULO 1 - ATIVIDADE : Ficha de Registro da Prática Profissional Supervisionada 1

ProFuncionário: Curso Técnico em Multimeios Didáticos                MUNICÍPIO: CIANORTE  NRE: CIANORTE                                       
Ficha de Registro da Prática Profissional Supervisionada
CURSISTA: ROSILENE DE LIMA
Ficha nº:  1    Bloco de Formação: ( X ) Pedagógica     (    ) Técnica       Período letivo: 02/08/2008 a 23/08/2008
DATA
HORAS
Atividades Desenvolvidas
Instituição da Prática Profissional
Assinatura do responsável
Função
05/08
2
Levantamento da escolas do município de Cianorte.
C. E. Prof. Caio Mário Moreira

Diretora
06/08
2
Relação nominal e ações do Conselho Escolar.
C. E. Prof. Caio Mário Moreira

Diretora
07/08
2
Relação nominal e ações do Conselho Escolar.
Escola Estadual Princesa Izabel

Diretora Auxiliar
12/08
2
Relação de Funcionários e forma e data de contratação.
C. E. Prof. Caio Mário Moreira

Diretora
14/08
2
Relação de Funcionários e forma e data de contratação.
Escola Estadual Princesa Izabel

Diretora Auxiliar
19/08
2
Relação nominal e ações da APMF e Grêmio Estudantil.
C. E. Prof. Caio Mário Moreira

Diretora
20/08
4
Relação nominal e ações da APMF e Grêmio Estudantil.
Escola Estadual Princesa Izabel

Diretora Auxiliar



Assinatura da Direção: ________________________________________________ Assinatura da Tutora:________________________________
Data da conclusão: 22/ 08/ 2008            Total de horas: 16

MÓDULO 1 - ATIVIDADE : RELATÓRIO DA PRÁTICA PROFISSIONAL SUPERVISIONADA DA FORMAÇÃO PEDAGÓGICA

Curso técnico de formação para os funcionários da educação. Profuncionário
Professora: Aurineide Maria Moreira Hauth
Aluna: Rosilene de Lima


RELATÓRIO DA PRÁTICA PROFISSIONAL SUPERVISIONADA DA FORMAÇÃO PEDAGÓGICA

Assunto: Relatório das Atividades Práticas desenvolvidas nos Estabelecimentos de Ensino.

Objeto da Apuração: Pesquisas

Local: Colégio Estadual Professor Caio Mário Moreira – E F M e Escola Estadual Princesa Izabel – E F (Estágio)

Data: Agosto de 2008


Senhora Tutora do Curso Profuncionário Multimeios Didáticos:


            Este relatório objetiva demonstrar os resultados das atividades práticas  desenvolvidas nos estabelecimentos de ensino: Colégio Estadual Professor Caio Mário Moreira, no qual trabalho, e Escola Estadual Princesa Izabel, na qual estou realizando o estágio. Foram realizadas de 02/08/08 a 23/08/08, período em que foi trabalhado conosco o primeiro módulo do curso, com o livro “Funcionários de Escolas: cidadãos, educadores, profissionais e gestores” de João Antônio Cabral de Monlevade, contemplando oito unidades de expressivos conteúdos. Tais unidades exigem uma experiência empírica, capaz de legitimar os aspectos teóricos apresentados.
            A primeira atividade desenvolvida foi o levantamento das escolas existentes no município de residência, que no meu caso é Cianorte. Foi desenvolvida por meio de pesquisa junto ao Núcleo Regional de Educação, no que concerne a quantidade de escolas e sua classificação (particulares, públicas, filantrópica, etc.), e diretamente nas escolas no que se refere a quantidade de alunos matriculados nas mesmas. Essa atividade foi extremamente relevante, pois um profissional da educação deve, em primeiro lugar, conhecer a abrangência do campo de atuação em sua região, para então alçar olhares mais longínquos.
            O levantamento dos membros e ações do Conselho Escolar das duas escolas (a que atuo e a que realizo estágio) foi a segunda atividade prática que desenvolvi. No colégio Caio Moreira pesquisei primeiramente os membros do Conselho Escolar, do qual sou representante do seguimento dos funcionários administrativos, devidamente registrados em ata, conforme eleição da comunidade. Em segundo lugar, verifiquei ações realizadas por este órgão colegiado, tais como: decisões acerca dos alunos, do calendário escolar, do regimento da escola, do Projeto Político Pedagógico, das aplicações de verbas, entre outras, todas devidamente documentadas. Como membro do Conselho Escolar do Colégio Caio Moreira, ratifico as informações contidas nas atas e acrescento ser de primordial importância a presença e efetiva participação deste órgão na escola, visto que, com o poder que exerce nas tomadas de decisões, pode ser considerado o “coração da escola”.
            Como terceira atividade prática, pesquisei a quantidade de funcionários de cada escola, bem como o cargo que ocupam, a data em que foram admitidos e a forma de contratação. Foi uma atividade que demandou bastante cautela, pois evidencia-se uma certa resistência, por parte de alguns funcionários, em revelar a forma pela qual foi contratado. Foi perceptível que a quantidade de funcionários trabalhando nas escolas são insuficientes, pois o Estado parte da perspectiva do número de alunos para efetuar as contratações e não considera a estrutura física da escola, que muitas vezes exige maior número de pessoas atuando.
            A investigação entorno dos membros e ações das APMFs e Grêmios Estudantis das escolas foi a última atividade prática desenvolvida no primeiro módulo. Foi realizada diretamente nas escolas, campos de investigação do trabalho, por meio de dados fornecidos pelos funcionários da secretaria e relatos de pessoas que tem participação efetiva junto aos órgãos. As ações investigadas são muito expressivas no cotidiano das escolas. Pode-se dizer que depois do Conselho Escolar, a APMF é o norte da escola e o Grêmio Estudantil uma voz a mais defendendo os interesses dos alunos.
            Vale ressaltar que os conhecimentos apreendidos, por meio da realização das atividades práticas, são de fundamental importância para os profissionais da educação. Por meio das atividades desenvolvidas verifica-se que a qualificação dos que estão diretamente envolvidos com a educação é essencial para o entendimento e comprometimento do papel que exercem.
            Nada mais havendo a relatar, atenciosamente,



__________________________
Rosilene de Lima
Cursista



domingo, 12 de junho de 2011

MÓDULO 1 - MEMORIAL

Curso técnico de formação para os funcionários da educação. Profuncionário
Professora: Aurineide Maria Moreira Hauth
Aluna: Rosilene de Lima


MEMORIAL MÓDULO 1


            Este memorial refere-se ao primeiro módulo estudado do curso técnico de formação para os funcionários da educação (Profuncionário) em Multimeios Didáticos, cujo tema em questão foi “Funcionários de Escolas: cidadãos, educadores, profissionais e gestores”, parte integrante do área de formação pedagógica. É um curso de educação a distância, em nível médio, voltado para os trabalhadores que exercem funções administrativas nas escolas das redes públicas estaduais e municipais de Educação Básica.
            Inicialmente, os temas propostos para trabalho foram, na unidade I “Funcionários das escolas públicas: quem somos nós?” e na unidade II “O que é educação? Desenvolvimento pessoal, socialização, comunicação e formação”.
            Foi muito interessante estudar esses temas. Gostei muito da forma como o autor trabalha o texto, num formato de histórias verídicas, contando exatamente o dia-a-dia da escola. Por meio dessa metodologia e ainda com a orientação da tutora do curso, foi possível refletir acerca das diversas situações encontradas no interior da escola e tomar uma mudança de postura com relação a algumas delas, visto que como profissional da educação evidencia-se a necessidade de um trabalho harmônico, de respeito, valores e cidadania.
            Dentro dessas unidades pesquisei todas as escolas do município de Cianorte, a quantidade de alunos nelas matriculados, bem como as etapas que cada escola atua na Educação Básica. Informações como essas, considero de suma importância a todos os envolvidos na área educacional. É preciso conhecer o campo em que se atua para se ter um bom desempenho no trabalho a ser desenvolvido.
            Estudei também diversas temáticas presentes no ambiente escolar, tais como: a importância dos órgãos colegiados e participação nesses de todos os seguimentos da escola; a Proposta Pedagógica da escola que deve ser elaborada coletivamente e de forma coerente com o Regimento Escolar, documentos que fundamentam a vida escolar; aprendi a classificar as escolas de acordo com sua mantenedora; entrevistei pessoas que passaram pelo “exame de admissão”, uma prova que era realizada antigamente para a promoção do nível primário para o ginásio; investiguei as famosas Escolas Normais, sendo a primeira em Niterói, na capital da Província do Rio de Janeiro e as alterações que houveram por meio da Lei 5692/71, que transformou o curso Normal em “habilitação para o magistério”, e a Lei 9394/96, que reiterou o curso normal, em nível médio, como alternativa para a formação de professores a atuarem na Educação Infantil e no Ensino Fundamental; a relevância em se pensar em educação como um todo, não apenas como responsabilidade da escola, mas um papel das mais diversas instituições sociais, como a família, a igreja, etc.; o papel do funcionário da escola perante os alunos, tendo em vista que o ambiente escolar deve ser educacional, não limitando-se as quatro paredes da sala de aula; e muitas outras temáticas debatidas em sala de aula com os colegas que trabalham em outras escolas.
            Nas unidades III e IV foram propostos os seguintes temas “A escola pública como espaço da educação de qualidade: Constituição e LDB” e “Gênese histórica dos funcionários: religiosos coadjutores, escravos serviçais, subempregos clientelísticos e burocratas administrativos. Reconstruindo identidades”, respectivamente.
            A unidade III oportunizou-me relembrar o processo de ocupação portuguesa, um tanto astucioso, do território brasileiro; a forma com que os índios se submeteram à educação européia; a interação entre portugueses e índios delineando uma cultura indígena “civilizada”; a fundação da primeira escola (elitizada) do Brasil; etc. Para uma melhor visualização do período estudado, foi recomendado pela tutora do curso assistirmos ao filme “A Missão”[1], o qual retratou bem que, embora os jesuítas tivessem como objetivo a difusão da fé e a conversão dos nativos, as missões acabaram como mais um instrumento do colonialismo, onde em troca do apoio político da Igreja, o Estado se responsabilizava pelo envio e manutenção dos missionários, pela construção de igrejas, além da proteção aos cristãos.
            Outro aspecto importante a ser lembrado, no que concerne à unidade III, é a questão da Constituição de 1988, nossa sexta Carta Magna que dedica um espaço exclusivo à educação. Por meio de sua promulgação evidencia-se uma preocupação com a qualidade da educação dos brasileiros, igualdade de condições de acesso e permanência na escola, liberdade de aprender, pesquisar, expressar o pensamento, pluralismo de idéias e concepções pedagógicas, gratuidade no ensino, valorização dos profissionais que atuam nessa área e gestão democrática do ensino público.
            Por meio da unidade IV analisei aspectos históricos acerca da gênese dos funcionários. Em síntese, inicialmente surgiram os coadjutores, irmãos religiosos que auxiliavam os padres Jesuítas, encarregados das aulas. Trabalhavam como enfermeiros, sacristães, horticultores, bibliotecários, etc., atividades relacionadas ao processo de ensino. Com a expulsão dos Jesuítas foram instituídas “aulas régias”, a cargo de uma única pessoa: o professor. Esse, quando auxiliado era por um escravo. Por volta de 1834, com a multiplicação das escolas, surgiram duas formas de funcionários, ambos assalariados – uns responsáveis pela conservação e outros pela secretaria da escola – por indicação política ou concurso público. Ainda hoje os temos presentes nos órgãos do sistema de ensino: os subempregados clientelísticos e os burocratas administrativos.
            Foi interessante refletir sobre a forma de contratação dos funcionários atualmente nas escolas. Todos devem passar por uma prova de conhecimentos gerais, entretanto, não é levada em conta a experiência empírica da pessoa. Um homem que mal sabe fritar um ovo, por exemplo, é capaz de passar em um concurso para trabalhar de cozinheiro. Esse cenário começa a tomar novas formas nos dias de hoje. Expressão disso são os cursos técnicos Profuncionário, que visam a construção de identidades profissionais, tais como: técnicos em administração escolar; técnicos em multimeios didáticos; técnicos em alimentação escolar; técnicos em meio-ambiente e manutenção de infra-estrutura escolar. Todavia, esse processo de construção identitária depende de nós funcionários, de “vestirmos a camisa”, de buscarmos uma qualificação profissional, de nos comprometermos com o nosso trabalho que é inerente ao desenvolvimento educacional.
            “Funcionários: em primeiro lugar, cidadãos. Escolaridade básica e superior” e “O papel dos funcionários como educadores” foram os temas de estudo das unidades V e VI. Esses temas me permitiram observar pormenorizadamente a situação escolar dos funcionários em exercício na atualidade. Esses têm buscado uma qualificação profissional de nível superior, direito de todo cidadão e extremamente importante para o crescimento tanto intelectual quanto profissional, tendo em vista que um curso superior amplia os horizontes de qualquer pessoa e que a educação do funcionário influi diretamente nas relações que este estabelece com os alunos. Daí a importância de cada um ter bem delineado o seu papel como educador, instigando os alunos a um comportamento adequado, mantendo bons relacionamentos, preservando o ambiente escolar, respeitando não somente os professores e funcionários, mas os colegas, enfim, estabelecendo valores de cidadania. Por meio de ações como essas evidencia-se a educação na escola como um todo, não apenas na sala de aula.
            As últimas unidades estudadas no primeiro módulo: “Funcionários: profissionais valorizados ou servidores descartáveis?” e “Funcionários: gestores na democracia escolar, VII e VIII respectivamente, me permitiram analisar algumas concepções, criadas pela sociedade em geral, acerca das atividades desenvolvidas por professores e funcionários nos estabelecimentos de ensino. Os primeiros, muitas vezes, são considerados o centro do processo ensino aprendizagem, responsáveis pelas atividades fins, quando na verdade o produto final é resultado de um trabalho coletivo. Entretanto, desde momentos como a chegada a escola, por meio do cumprimento do porteiro e a realização da matrícula, até a saída, após o aluno ter estudado em uma sala de aula limpa, ter tomado uma merenda nutritiva que o fortaleceu e aumentou sua capacidade de concentração, ocorre um movimento no sentido de atingir a aprendizagem dos alunos, todavia, não apenas de ensiná-los, mas de educá-los numa totalidade, formando consciências e valores com os quais os alunos irão se deparar em sua prática social. E essas atividades são chamadas meios.
           


[1]    TÍTULO DO FILME: A MISSÃO (The Mission, ING 1986)
DIREÇÃO: Roland Joffé
ELENCO: Robert de Niro, Jeremy Irons, Lian Neeson, 121 min., Flashstar