domingo, 18 de setembro de 2011

MÓDULO 2 - ATIVIDADE: Pesquisa acerca do Projeto Político Pedagógico

Curso técnico de formação para os funcionários da educação. Profuncionário – Turma 03
Professora: Aurineide Maria Moreira Hauth
Aluna: Rosilene de Lima
Referência: Módulo 2


Pesquisa acerca do Projeto Político Pedagógico

O Projeto Político Pedagógico (PPP) é um documento, produzido pela escola e devidamente regulamentado, no qual é traçado todo o trabalho pedagógico que a escola realiza. A escola, segundo Veiga (2008) é o local de concepção, realização e avaliação de seu projeto educativo, uma vez que deve abarcar a realidade social de seus alunos, ou seja, considerar o meio em que estão inseridos.
Nesse sentido, é fundamental uma escola consciente, que tenha seu papel bem definido e trabalhe com vistas a tal projeto. Dessa forma, avalia-se desnecessário que órgãos superiores como: Núcleo Regional de Educação ou Secretaria de Estado da Educação pressionem a elaboração desse documento. A escola deve assumir suas responsabilidades, e entre elas, a construção do PPP, utilizando esses órgãos superiores apenas como suporte para eventuais dúvidas ou esclarecimentos. Entretanto, faz-se necessário o fortalecimento das relações entre escola e sistemas de ensino (VEIGA, 2005).
Veiga (2005) analisa que um projeto vai além do sentido etimológico da palavra: plano, intento, desígnio. É também político,

O projeto busca um rumo, uma direção. É uma ação intencional, com um sentido explícito, com um compromisso definido coletivamente. Por isso, todo projeto pedagógico da escola é, também, um projeto político por estar intimamente articulado ao compromisso sociopolítico com os interesses reais e coletivos da população majoritária. É político no sentido de compromisso com a formação do cidadão para um tipo de sociedade. (VEIGA, 2005, p. 13)

Entendendo como Projeto a busca de um direcionamento, como Político, a articulação dos interesses sóciopolíticos de uma determinada sociedade, como Pedagógico, a intencionalidade da escola, e verificando a indissociabilidade dos dois últimos, pode-se considerar que um Projeto Político Pedagógico é um processo constante de discussões e reflexões dos problemas encontrados na realidade escolar, e assim, uma busca de alternativas, coletivamente evidenciadas, que possam levar à superação de tais problemas.
Para que o PPP seja construído de forma comprometida faz-se necessário em sua composição, segundo Veiga (2005), a presença de alguns princípios norteadores, tais como: igualdade – de acesso e permanência na escola, de oportunidades; qualidade – técnica, no que diz respeito aos instrumentos e conteúdos, política, no que concerne ao desafio do manejo adequado de instrumentos capazes de fazer a história humana; gestão democrática – tendo em vista um processo coletivo de elaboração, de socialização escolar; liberdade – associado à idéia de “autonomia” – para Neves (2005), a autonomia da escola é um exercício de democratização desse espaço, é delegar ao diretor da escola e aos demais organizadores do trabalho pedagógico como um todo a possibilidade de resolver as situações que sua clientela demanda, e não ter que encaminha-la à órgãos superiores; e a valorização do magistério – tendo em vista que a qualidade do ensino está inteiramente ligada ao profissional docente. A autora considera que a elaboração de um PPP, seguindo os princípios acima expostos, aliada a um aprofundamento das questões referente à organização do trabalho pedagógico, contribui de forma expressiva para a compreensão dos limites e possibilidades dos projetos políticos voltados às classes menos favorecidas.
Todavia, os seguimentos da escola devem ter claros os princípios norteadores do projeto da escola, além disso, devem ter consciência de que “[...] a dominação no interior da escola efetiva-se por meio das relações de poder que se expressam nas práticas autoritárias e conservadoras dos diferentes profissionais, distribuídos hierarquicamente, bem como por meio das formas de controle existentes no interior da organização escolar” (VEIGA, 2005, p. 21), tendo em vista que essa forma de organização pode descaracterizar a escola como instituição histórica e socialmente determinada.
Tendo em vista o exposto, considera-se de suma importância explicitar elementos que devem compor um PPP, pois a clarificação de alguns aspectos que envolvem sua elaboração possibilita uma melhor compreensão do processo de elaboração do mesmo. Veiga (2005) salienta sete elementos que considera básicos na construção de um PPP, a saber, as finalidades da escola, a estrutura organizacional, o currículo, o tempo escolar, o processo de decisão, as relações de trabalho, a avaliação.
As finalidades devem ser bem definidas e os educadores, ter clareza da ação educativa que a escola desenvolve em termos de cultura, política, formação profissional e humana; as estruturas administrativas organizam a parte de recursos físicos e humanos e as pedagógicas organizam as funções educativas para que a escola atinja suas finalidades; o currículo abarca a construção social do conhecimento e é inerente à organização escolar; o tempo escolar é um fator imprescindível para a organização de todo o trabalho pedagógico; o processo de decisão deve englobar todos os seguimentos da escola, ser democrático; as relações de trabalho devem ser estabelecidas de forma colaborativa para um bom andamento escolar, calcada em atitudes de solidariedade e reciprocidade; a avaliação nos leva a conhecer a realidade escolar e assim colocarmos em prática o projeto, por isso é fator fundamental.
Para finalizar, vale ressaltar que Veiga (2005) reafirma a necessidade de a escola tomar uma nova postura com relação à organização do seu trabalho pedagógico – sob a ótica de Santiago (2005, p.163), isso se constitui um grande desafio aos educadores, uma vez que precisam ter claros [...] os propósitos que definem a intencionalidade e a dimensão das transformações que, necessariamente, deverão ocorrer na escola [...]. Precisa se desvencilhar da divisão e fragmentação do trabalho e sua hierarquização, além de refletir o cotidiano da escola em meio a um processo coletivo, de participação, no qual aja a ação e a interação de todos de forma comprometida.

Referências:

NEVES, C. M. C. Autonomia da Escola Pública: um enfoque operacional. . In: VEIGA, I. P. A. (Org.). Projeto Político-Pedagógico da Escola: uma construção possível. 20ª ed. Campinas, SP: Papirus, 2005.

SANTIAGO, A. R. F. Projeto-Político Pedagógico da Escola: desafio à organização dos educadores. In: VEIGA, I. P. A. (Org.). Projeto Político-Pedagógico da Escola: uma construção possível. 20ª ed. Campinas, SP: Papirus, 2005.

VEIGA, I. P. A. Projeto Político-Pedagógico da Escola: uma construção coletiva. In: VEIGA, I. P. A. (Org.). Projeto Político-Pedagógico da Escola: uma construção possível. 20ª ed. Campinas, SP: Papirus, 2005.

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