terça-feira, 3 de abril de 2012

MÓDULO 5 - Comentários sobre o filme: Tempos Modernos

Curso técnico de formação para os funcionários da educação. Profuncionário – Turma 03
Professora: Aurineide Maria Moreira Hauth
Aluna: Rosilene de Lima e Leila Maria Magalhães da Silva Garcia
Referência: Módulo 5


Comentários sobre o filme: Tempos Modernos

O filme revela algumas questões acerca dos trabalhadores na era do início da industrialização. Tratava-se de aprendizes órfãos, alguns vinham de Londres e tinham entre 7 e 11 anos, outros de Liverpool, os quais tinham de 8 15 anos. Até a idade de 21 anos eram considerados em estágio de aprendizagem. A carga horária de trabalho era excessiva, sendo que tinha início às 5 da manhã e ia até às 8 da noite. Quinze horas diárias consideradas como um horário normal. Quando as fábricas paravam para reparos ou falta de algodão, tinham as crianças, as quais trabalhavam ainda mais para recuperar o tempo parado. Essas crianças trabalhavam de pé, o tempo todo, sem poder parar um momento para descansar. Estudiosos acreditam que muitos eram os acidentes ocorridos no interior das fábricas, entretanto, dificilmente encontra-se disponível aos pesquisadores algo que possa revelar mais detalhes no que concerne a esse assunto. O trabalho era pesado e criança, aprendiz, ganhava muito pouco pelo trabalho desenvolvido.
(Baseado no depoimento de Jhon Moss, capataz de aprendizes numa fábrica de tecidos de algodão, perante uma comissão do Parlamento Inglês em 1816).
Por um lado a Revolução Industrial trouxe um inegável avanço tecnológico, por outro, ela reforçou a opressão econômica sobre parte da população. Os efeitos desse processo, tanto em termos tecnológicos quanto sociais, podem ser sentidos até hoje.
O Filme “Tempos Modernos” de Charles Chaplin, em 1936, interpreta um operário fabril, limitado ao trabalho em série, desumanizado, envolvido numa série de peripécias na busca da felicidade com uma jovem órfã. Mais que os momentos hilariantes (engraçados), o filme é composto por uma mensagem intemporal sobre o povo e a sua eterna luta. Desde as inovações no mundo industrial, à prisão, à busca de um lar e de um emprego, Chaplin, a figura que todos conhecemos, oferece-nos momentos hilariantes e criativos, como o momento em que é sugado pela máquina que opera, uma das imagens que marca a história do cinema e toda uma época pós-revolução industrial.
O filme de Chaplin ocorre na época em que os filmes sonoros já existiam, porém prefere criar o filme mudo, numa busca do passado, optou pelo filme mudo. Pois a partir do momento em que seu personagem falasse, perderia ali toda a magia do filme. O som que existe é apenas a som das máquinas, como ecrãs, rádio e aparelhos do gênero. A canção que Chaplin canta, quase no final, e feita de palavras quase sem sentido, como se estivesse apenas cantarolando. Um grito de ajuda e apreço para os pobres, que tanto Chaplin estimava.
Este filme marca um século inteiro. Filmado num período marcado pela grande depressão e pela luta do homem pela felicidade. Apesar de não ser dos mais divertidos, é um dos melhores, ou o melhor filme de Charles Chaplin.

Sinopse: Nesse filme não há meio termo, Chaplin realmente quis passar um mensagem social. Cada sena é trabalhada para que a mensagem chegue verdadeiramente tal qual seja. E nada parece escapar: máquina, tomando o lugar dos homens, as facilidades que levam a criminalidade, a escravização do homem. O amor também surge, mas surge quase paternal: o de um vagabundo por uma menina de rua.
Um trabalhador de uma fábrica... Chaplin, tem um colapso nervoso por trabalhar de forma quase escrava. É levado para um hospital, e quando retorna para a vida normal, para o barulho da cidade, encontra a fábrica já fechada. Sai em busca de outro destino, mas acaba em uma confusão: ao ver uma jovem roubar um pão para comer ele decide se entregar no lugar da moça. Não dá certo, pois uma grã-fina tinha visto o que houve e entrega tudo. A prisão para ele parece ser o melhor lugar para se viver tranqüilo e seguro, entre amigos. Mesmo assim os dois acabam escapando e vão tentar a vida em outro lugar e de outra maneira. A amizade entre os dois é bela, porém precisa arrumar emprego.
Consegue emprego numa outra fábrica, mas logo os operários entram em greve e ele mete-se novamente em perigo e confusão devido a uma bandeira vermelha que cai de um caminhão. Os policiais o vê como o líder da confusão, vai preso novamente, mas porque acerta uma pedra na cabeça de um policial. Sua amiga arruma um emprego de dançarina num Músic Hall e emprega seu amigo como garçom, também não dá certo e, assim, os dois vãos tentando a vida, cheia de erros e acertos.

Reflexão: Este filme retrata, de uma maneira célebre e descontraída, a forma como estamos enfrentando os avanços tecnológicos, o modo como estamos sendo integrados às engrenagens dentro de um sistema, como se fossemos também mola que completam e articulam o movimento das máquinas e de todo processo produtivo. No início do filme um grande relógio nos mostra a hora da entrada dos operários na fábrica, os enquadramentos se deslocam rapidamente para um amontoado de homens apressados, dirigindo-se a seus empregos e logo em seguida a cena é cortada e mostra um monte de ovelhas amontoadas. Tais senas denunciam que o homem tem se comportado como tal, seguindo apenas a ordem de algo ou de alguém. Nos faz refletir sobre situações relativas ao trabalho no mundo industrial e as relações entre patrões e empregados.

Ficha Técnica: Título original: Modern Times; Gênero: Comédia; Tempo de Duração: 87 min.; Ano de Lançamento (EUA): 1936; Estúdio: United Artists / Charles Chaplin Productions; Distribuição: United Artists; Direção, Roteiro, Produção e Música: Charles Chaplin; Fotografia: Ira H. Morgan e Roland Totheroh; Direção de Arte: Charles D. Hall e J. Hussell Spencer

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