quarta-feira, 16 de novembro de 2011

MÓDULO 3 - Alunos chegados recentemente à escola

Curso técnico de formação para os funcionários da educação. Profuncionário – Turma 03
Professora: Aurineide Maria Moreira Hauth
Aluna: Rosilene de Lima
Referência: Módulo 3


Reflexão (p.31) – Alunos chegados recentemente à escola.

É possível, por meio do cotidiano escolar, analisar situações diversas pelas quais passam os alunos recém chegados à escola, tais como: a forma e circunstância em que se deu essa transferência, de que maneira o aluno foi recebido, quais os pontos que considerou diferentes entre uma escola e outra, em termos pedagógicos, políticos, etc., qual a impressão que teve da nova escola, se teve dificuldades no que concerne aos conteúdos e à aprendizagem, de que forma estabeleceu relações ao chegar à escola, entre outras.
No intuito de clarificar questões como as acima expostas, foram realizadas entrevistas com alunos, na escola em que atuo e na escola em que realizo o estágio, que passaram por uma situação semelhante, segue abaixo:


Relatório da entrevista com a aluna do Colégio Estadual Professor Caio Mário Moreira, Camila Lima Borges .

A aluna do 2º ano do Ensino Médio, Camila Lima Borges, de 16 anos, foi transferida do Colégio Estadual Durval Ramos Filho, Andirá – PR, para o Colégio Estadual Professor Caio Mário Moreira, Cianorte – PR, em 26 de maio de 2008. A referida aluna teve que se mudar para esta cidade considerando duas questões: primeiro que a sua avó materna já morava em Cianorte, o que fazia com que sua mãe quisesse se mudar para o município afim de ficar mais próxima da mãe e, segundo, as condições de trabalho de Cianorte eram melhores para a mãe da aluna.
Segundo Camila, esse processo de mudança de uma escola para outra foi estranho - “esquisito” no início, pois não conhecia ninguém. Mas considera que foi bem recebida por todos da turma, inclusive os professores que foram atenciosos e pacientes com a questão dos conteúdos que não havia estudado.
Um problema que enfrentou, ou melhor, ainda está enfrentando, é a recuperação dos conteúdos das disciplinas de Química, Física e Inglês, pois na escola que estudava anteriormente era matriculada no curso profissionalizante de Magistério. O curso de Magistério possui um currículo diferenciado do Ensino Médio e as disciplinas mencionadas não estavam sendo estudadas pela aluna na outra escola, fazendo-se necessária uma recuperação de estudos do período em que a aluna não estudou as disciplinas.
Outro fator foi a questão de adaptações dessas mesmas disciplinas, mas referente ao 1º ano do Ensino Médio. A aluna foi orientada pelo colégio da possibilidade de continuar seus estudos do curso de Magistério no Colégio Estadual Cianorte, tendo em vista que o Colégio Caio não oferta essa modalidade de ensino. Mas, mesmo ciente de todo esse processo que teria que passar, de recuperar os estudos que perdeu no corrente ano letivo e fazer adaptações das disciplinas que não teve no 1º ano, optou por enfrentar essa situação e cursar o Ensino Médio, não quis continuar o Magistério.
Quanto à estrutura física, considerou a da escola atual como ótima. Comentou ser bem melhor, possuir mais recursos, dar mais oportunidades de pesquisas para os alunos, entre outros.
Por fim, a aluna relatou que, agora, que já passou por todo esse processo de adaptação, gostou de ter mudado de escola. Sua transferência atendeu as necessidades que tinha no momento e ainda permitiu fazer novas amizades e conhecer outra realidade, diferente da que estava acostumada em Andirá.


Relatório da entrevista com o aluno da Escola Estadual Princesa Izabel, Wellington Pereira dos Santos.

O aluno da 7ª Série, Wellington Pereira dos Santos, de 14 anos, foi transferido de um colégio de Campo Mourão – PR, para a Escola Estadual Princesa Izabel em 22 de Setembro de 2008. O aluno teve que se mudar para Cianorte devido ao seu padrasto já morar aqui, em Cianorte, e ele morar em Campo Mourão com sua mãe, o que provocava a ida freqüente do padrasto para a cidade que o aluno morava. Para facilitar a situação a mãe do aluno resolveu se mudar para cá trazendo o menino consigo.
Segundo Wellington, foi bem recebido por todos. Considera o pessoal da escola “muito bacana”, pois todos deram atenção à ele, especialmente os professores. Relatou que na escola que estudava anteriormente não tinha a atenção que é dispensada aos alunos daqui.
No que diz respeito à estrutura física, Wellington considerou bem parecidas as duas escolas. Relatou que a escola anterior havia passado por uma reforma recentemente, assim como a escola Princesa Izabel. Também possuía laboratório de Informática e TVs pen-drive, como a escola atual.
Passou por alguma dificuldade, com relação aos conteúdos, assim que chegou à escola, pois quando veio de Campo Mourão não tinha terminado o 3º Bimestre e ainda não havia realizado as avaliações. Ao chegar em Cianorte a escola estava em semana de provas e os conteúdos eram um pouco diferenciados o que fez com que não fosse muito bem nas provas. Considera que tudo já está se normalizando, está conseguindo recuperar suas notas e estabelecer um bom relacionamento com todos da escola.

MÓDULO 3 - Entrevista com a professora da Sala de Recursos

Curso técnico de formação para os funcionários da educação. Profuncionário – Turma 03
Professora: Aurineide Maria Moreira Hauth
Aluna: Rosilene de Lima
Referência: Módulo 3


Entrevista com a profª da Sala de Recursos

Em entrevista com a professora da Sala de Recursos, Vânea Gonçalves Pires do Nascimento, acerca da inclusão do aluno especial, a mesma fez as seguintes considerações:
• A maioria dos alunos que freqüentam a Sala de Recursos não são discriminados, até mesmo porque não são especiais, têm dificuldades ou distúrbios de aprendizagem.
• Apenas uma aluna da Sala de Recursos, E. F. P., que é portadora de deficiência mental leve, é, em seu ponto de vista, discriminada. Os alunos da turma não querem fazer trabalhos ou atividades em grupo com ela, tendo em vista que se sentem prejudicados por a aluna não realizar com a mesma precisão as atividades ou pelo fato de terem que ajuda-la ou ensina-la, o que toma tempo dos mesmos.
• Quanto à estrutura física da escola, avalia como boa para os alunos especiais, cadeirantes, que hoje estão matriculados na escola. A escola está bem adaptada com rampas, banheiros próprios e carteiras adaptadas. Considera esse tipo de inclusão como positiva, visto que os dois alunos não são deficientes mentais, são apenas paralisados cerebrais, com parte do corpo comprometida. Na APAE esses alunos não teriam o atendimento que tem na escola, pois lá a formação é voltada para a capacitação profissional, ou seja, para a inserção no mercado de trabalho.
• A escola está adaptada para o caso acima citado, entretanto, se receber um aluno de baixa visão ou cego, por exemplo, não está apta para trabalhar com esse aluno. Assim, considera a estrutura física como parcialmente preparada para a inclusão.
• A professora avalia que para muitos professores, que não possuem formação em educação especial, a inclusão é vista de forma negativa, pois não estão preparados para trabalhar com esse alunado. Consideram extremamente difícil, por não terem muita comunicação e também por terem que fazer dois planejamentos, duas avaliações, ou seja, o trabalho é dobrado.
• Quando ocorre distribuição de aulas da turma em que esses alunos estão matriculados, os professores não querem assumir as aulas da turma. Essa é uma forma de discriminação.
• Considera que para uma inclusão responsável realmente acontecer é pertinente uma preparação geral, desde o diretor da escola, os funcionários, a comunidade escolar e os professores das diversas disciplinas. É necessária ainda uma mudança no próprio planejamento da escola, dando um incentivo maior nas políticas de inclusão social.