domingo, 16 de outubro de 2011

MÓDULO 3 - Pessoas sem escolarização

Curso técnico de formação para os funcionários da educação. Profuncionário – Turma 03
Professora: Aurineide Maria Moreira Hauth
Aluna: Rosilene de Lima
Referência: Módulo 3


Reflexão acerca das pessoas sem escolarização (p. 44)

Tem muita gente que pensa que pessoas sem escolarização têm dificuldades para aprender, para compreender conceitos e que elas têm preguiça de pensar. Vocês concordam com isso? Vocês poderiam descrever um ou mais exemplos que mostrem se essa idéia é verdadeira ou se é falsa?

Não, pois o aprendizado é muito mais amplo, não está preso à educação formal. Aprendemos desde que nascemos, por meio da interação social ou cultural. Esse tipo de aprendizado, adquirido em nossa vivência, tendo em vista que influenciamos e estamos sendo influenciados a todo instante e que cada um carrega consigo uma cultura própria, uma origem e seus próprios conhecimentos, pode ser considerado como uma educação informal. É a partir dessa educação que se inicia o processo de escolarização, no qual o aprendizado ocorre de forma sistematizada.
Analisando a educação informal como ponto de partida para a educação formal, ou seja, aquela adquirida por meio da escolarização, evidenciamos que esta se consubstancia em um conhecimento empírico, base para a sistematização. Dessa forma, não se pode considerar que pessoas não escolarizadas têm preguiça de pensar. A preguiça pode estar inserida em qualquer pessoa, não excluindo quem freqüentou ou ainda freqüenta a escola, quando este se recusa a pesquisar ou a ler para aprofundar seus conhecimentos, por exemplo.

Um exemplo que demonstra a falsidade da idéia é o nosso próprio presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva, que, mesmo sem escolarização, sempre buscou suas ideologias e a ação de seu governo tem demonstrado ser um bom administrador.

MÓDULO 3 - Observação do Recreio

Curso técnico de formação para os funcionários da educação. Profuncionário – Turma 03
Professora: Aurineide Maria Moreira Hauth
Aluna: Rosilene de Lima
Referência: Módulo 3


Reflexão (p. 41) – Observação do Recreio

Estudamos neste módulo, entre outros assuntos, que o significado é algo que o homem cria a partir dos signos e símbolos. Fazemos constantemente, a todo o momento, a significação e ressignificação dos diversos signos e símbolos com os quais estamos em interação. Por meio dessas significações apreendemos o que é de mais marcante em nosso processo de desenvolvimento e constituímos nossa memória, é a partir dela que cada um constrói a sua história (LE GOFF, 1996).
A partir desse pensamento, verifica-se a construção da história do coletivo escolar por meio da estruturação das diversas histórias individuais, e essas, a partir da significação que cada seguimento dessa comunidade faz dos signos e símbolos com os quais se deparam cotidianamente.
Nesse sentido, o recreio escolar pode ser considerado um momento riquíssimo para análise de como vem se dando o construto escolar, quais as significações que vêm sendo elaboradas pelas personagens da escola, que linguagem é abordada nesse momento e de que forma essa problemática muda a construção histórica dessa parcela da sociedade.
A luz do exposto justifica-se o relato que segue abaixo, no qual considerando tais aspectos, foram observados os recreios das escolas: Colégio Estadual Professor Caio Mário Moreira e Escola Estadual Princesa Izabel (Estágio).


Colégio Estadual Professor Caio Mário Moreira

Ao observar o recreio do referido colégio pude constatar que, para os alunos, é um momento de diversão, alimentação, recreação, brincar, contar piadas, jogar figurinhas, correr, pular, jogar bola na quadra pelo torneio do grêmio, descansar, enfim, uma infinidade de coisas que a criatividade deles não deixa a desejar (sem considerar as “artes”).
Os funcionários, Agente Educacional I, ficam, quando não fazem parte da equipe da cozinha, em sua maioria, atentos aos alunos. Prestam muita atenção no comportamento deles para garantir a ordem e a segurança dos mesmos. Normalmente lancham antes do horário dos alunos para poderem observar bem o horário do intervalo. Já os demais funcionários, Agente Educacional II, que trabalham no setor administrativo, quando lancham, é um de cada vez. Cada um vai até a sala dos professores e faz o seu lanche bem “rapidinho” para que o outro possa ir também. É complicado para esse setor deixar o seu local de trabalho no horário do recreio, pois sempre estão fazendo algum tipo de trabalho que não é viável ser interrompido. Isso não significa que nunca vão lanchar com calma, mas são poucas vezes que isso acontece.
Quanto aos professores, percebi que, em sua maioria, passam todo o período do recreio (15 minutos) falando sobre os alunos e criticando alguma turma, ou seja, um tempo que poderiam utilizar para espairecer um pouco a cabeça e sair da situação de estresse ou desconforto em que se encontram, acabam piorando a situação, e às vezes, criando em algum professor que ainda não deu aula em determinada turma naquele dia, uma imagem de que ele não irá conseguir dar aula lá, pois “hoje aquela sala está impossível” dizem alguns, influenciando de forma negativa os demais. Outros pontos observados foram conversas diversas como comentários sobre a eleição de diretores, preços do supermercado São Francisco, alguns alunos que não estão freqüentando a Sala de Apoio, estão faltando muito, etc.


Escola Estadual Princesa Izabel (Estágio)

Ao observar o recreio dos alunos da referida escola verifiquei que este, em suas características gerais, não tem grande diferenciação do recreio dos alunos do Colégio Caio. Entre as atividades que realizam, além de lanchar, estão: brincadeiras, paqueras (as meninas gostam muito de ficarem se maquiando nesse horário), jogos de xadrez, etc. Não observei jogos na quadra esportiva nesse horário. O grêmio estudantil parece não se envolver com as atividades do recreio, pelo menos, não no dia em que observei.
Os funcionários da secretaria não saíram de lá na hora do intervalo. Em entrevista com uma das funcionárias, a mesma relatou que com os afazeres que eles têm no setor administrativos, quase não sobra tempo para fazer o horário do recreio, acabam ficando por ali mesmo e de vez em quando vão até a sala dos professores fazer um lanche ou tomar um cafezinho. Já os que trabalham no pátio desempenham função semelhante aos funcionários do Colégio Caio, entretanto não estavam todos no momento em que observei, não sei se devido ao horário de trabalho ou se alguém faltou no dia. Havia menos funcionários do que pede a demanda para o período.
Quanto aos professores, observei a utilização do momento do recreio, por uma professora para a correção de Livro Registro de Classe, outra estava chateada e desabafando com os colegas o fato do pai de um aluno ter ido ao NRE reclamar da professora, comentaram o fato de um aluno que havia deixado a escola e de outras duas alunas que eram “caso de polícia”. Nesse momento a pedagoga da escola, que passava rapidamente pela sala dos professores, colocou que todas as medidas possíveis foram tomadas com relação às alunas e que não foi falta de ir atrás. Em outro momento comentaram sobre a ficha do FICA e o risco que a escola está correndo de entrar no Projeto Superação, devido aos baixos índices conquistados. Comentaram ainda sobre o temporal que estava lá fora, sobre o regime de uma professora e sobre a merenda que estava ruim.


Observações:

Tendo em vista os estudos que realizamos neste módulo, verifica-se que as observações relatadas acima representam a minha simbolização ou significação acerca do que foi observado. Para realizar essa significação foi fundamental analisar como se expressam as relações e o uso da linguagem em meio ao ambiente escolar. Por meio da linguagem os indivíduos observados se expressaram, representaram coisas, ações, sentimentos. A partir dela tiveram condições de fazer essa simbolização, de registrar em suas memórias fatos, momentos ou acontecimentos e realizarem suas construções individuais, e por meio dessas, construírem uma história coletiva, de um grupo social que é o grupo escolar.
Ao observar esse construto escolar, eu, Rosilene, simbolizei, segundo a linguagem que conheço, uma série de fatos. Porém, no lugar de observadora, não sou capaz de saber de que forma cada um dos observados significou cada fato, somente conseguirei essa resposta se questiona-las para que descrevam em palavras para mim o que elas significaram. Sendo assim, o relato aqui apresentado, nada mais é que minha própria significação acerca do observado.